terça-feira, 17 de julho de 2012


Quando o Coração Manda
Ana Vera Lemos
  
 


Num instante o céu se tornou mais escuro e a chuva cai... Generosamente, provocando um corre-corre entre os alunos de diversas escolas da região, em visita a um sitio arqueológico descoberto nas proximidades do Rio Paranapanema, a poucos quilômetros da divisa com o Estado do Paraná.
Celina se encontrava perto de sua barraca. Caminhou para ela lentamente, medindo cada passo com o rosto levantado para o céu sorvendo a chuva.
Ao chegar a sua barraca, entrou, fechando o zíper da porta. Estava totalmente ensopada e antes de qualquer coisa ficou de braços cruzados sentindo o frio, penetrar em seu corpo. Depois, rapidamente, acendeu seu lampião o sentou-se sobre a pequena cama de campanha, que a recebeu rangendo as molas. A barraca estava razoavelmente mobiliada. Dispunha de uma pequena mesa desmontável, uma cadeira, um fogão pequeno e a cama.
Assim que aprontou a refeição, sentou-se à mesa e comeu com apetite. Ao final, atirou os pratos de papelão no balde de lixo e estendendo o braço para fora pela porta, lavou os talheres o a frigideira, aproveitando a água da chuva. Anoitecera rapidamente.
Tentou ligar o radio, mas a estática era demais, prejudicando as transmissões. De longe vinha o barulho incessante dos trovões. Celina foi pouco a pouco fechando os olhos, até adormecer. Não soube por quanto tempo permaneceu adormecida, mas acordou repentinamente, sentindo-se observada. Ainda um tanto abobalhada, pelo sono, divisou na porta da barraca uma figura toda ensopada e trêmula. Não sabia se vivia um sonho ou se entrava num pesadelo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário